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domingo, 18 de julho de 2021

Primeiras impressões do mundo corporativo pós-sabático


E aí gente?

Já fazem algumas semanas que voltei pro batente e queria compartilhar com vocês algumas impressões.

Foi meio surreal depois de 2 anos de vagabundagem entrar num escritório, abrir um laptop e ver dezenas de emails sobre trabalho. Também foi surreal trabalhar de máscara (obrigatória em lugar fechado), sem ar condicionado (quebrado) num calor de 35 graus.

Sacanagem ?


A parte mais chata é que acho que fui sacaneado. Na hora da entrevista me disseram claramente que eu teria que me mudar pois eles queriam gente daqui, queriam fazer um time aqui, transformar essa filial num hub importante da empresa e inclusive estavam de mudança para um escritório maior, justamente pra acomodar todo esse povo.

Pois no primeiro dia meu gerente se mostrou surpreso com minha mudança. E logo nos primeiros dias percebi que tem muita gente que não mora aqui, trabalha remoto e vem pro escritório só de vez em quando. Ou seja, eu não precisava ter mudado. Quando descobri já era tarde, praticamente já estava com tudo empacotado pra mudar. 

Das 2 uma. Pode ter sido uma simples falha de comunicação, pode ser que depois da entrevista houve uma mudança nessa política de trazer todo mundo pra cá, só que não me falaram nada. 

Ou pode ter sido por eu ser estrangeiro. Como estrangeiro eu dependia da empresa entrar com um processo pra eu pegar uma autorização de trabalho. Apesar de não ser tão caro ou difícil, à primeira vista isso espanta muitas empresas. Será que usaram isso ? Sabendo que eu teria dificuldade em achar uma empresa que topasse fazer a papelada, resolveram jogar um verde pra mim, pra eu mudar e virar local, ficando mais fácil me controlar ? É o sonho das empresas trazer todo mundo de volta pro escritório. Não seria a primeira vez que, como estrangeiro, tenho condições de trabalho piores que meus colegas nativos.

Um dia descubro.

Palhaçadas


Também no primeiro dia já percebi que é mais importante preencher direitinho um relatório com suas atividades do que faze-las. Mais importante que trabalhar é reportar o trabalho. Muito comum isso no mundo corporativo.

As empresas hoje em dia, principalmente as da área de tecnologia, estão meio malucas, querendo se apresentar quase como se fossem uma religião. Tem o negócio de vestir a camisa, de pregar o logotipo na testa. Os caras inventaram até uma forma própria de se cumprimentar. Está indo pra um lado meio esquisito. Esqueceram que a gente está lá simplesmente pra por comida na mesa.

Essa lavagem cerebral é poderosa. Até eu que sou macaco velho quase caio no canto da sereia. Não estou lá pra dar o sangue e fazer carreira como os outros. É só pra juntar uma graninha e mais nada. Mas é difícil quando todo mundo está na correria e você não quer e nem precisa acompanhar. Ainda estou pegando ritmo. O meu ritmo. 

Motivações


Sobre esse descolamento da realidade com o discurso motivacional das empresas, me vem à mente uma história que sempre contam pra motivar as pessoas, fazê-las encontrar sentido em suas vidas, a qual vou adaptar a recontar a seguir.

Numa esquina estão 3 operários quebrando pedras sob um sol escaldante. Um transeunte pergunta pra eles o que estão fazendo.

- Estou quebrando pedras, oras ! - diz o primeiro

- Estou construindo uma catedral ! - diz o segundo, o qual é tomado como exemplo a seguir e a história termina.

Só que na minha versão tem o terceiro. Este explica:

- Estou me aproximando da IF e se o dinheiro cai na conta no fim do mês pra mim tanto faz se estou quebrando pedras, construindo uma catedral, hospital, cadeia ou o escambau !

Cansaço


Ainda sem ritmo, esses dias o cansaço está enorme. Termina o expediente, não tenho animo pra nada, estou até zonzo com a cabeça a mil e não consigo "desligar" minha máquina de resolução de problemas. Até pra dormir está sendo difícil. Estou escrevendo isto às 3 da manhã. Quando você tem um trabalho braçal, no fim do dia você está cansado mas depois de um banho e do jantar você já está novo. Já quando você só trabalha com a cabeça, resolvendo pepinos o dia inteiro, não adianta fazer essas coisas. Não achei ainda o botão pra desligar o cérebro.

Sobre tempo não tenho nem o que comentar. Se antes era escasso agora existe falta crônica. Minha vida é só mesmo trabalhar, comer e dormir.

Leiam o post "Diário de um Detento", do colega blogueiro Sapien Livre. Uma perturbadora descrição da vida de milhões de pessoas, inclusive da minha agora.

Vamos trabalhar


Hoje li que o blogueiro ERN também voltou pro batente. Só pra ocupar a cabeça ele diz. Esse aí tá com o burro na sombra mesmo. O cara acumulou mais de 2 milhões de dólares pelo que me lembro.

É isso aí. Emprego é emprego. Emprego dá trabalho. Se ninguém pagasse, ninguém faria.




quarta-feira, 7 de julho de 2021

Balanço - Junho/2021: um mês bem cheio

  

Olá, mundo !

Junho foi um mês de acontecimentos marcantes: tomei a vacina anti-corona, completei 2 anos de sabático, passei numa certificação de idiomas e voltei ao batente. Ufa !

No momento estou de casa nova, com caixas de mudança e malas pra todo lado.

No trampo comecei há poucos dias e portanto estou numa fase de adaptação. Já estou vendo umas merdas e tenho a impressão de que fui sacaneado. Quem sabe faço um post explicando melhor. O mundo corporativo continua o mesmo.

Desempenho da carteira

Todas rentabilidades abaixo são líquidas, com exceção de previdência privada. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pro Brasil, mais multas e impostos.

Tesouro direto (Pré-fixado, IPCA, Selic): 0,6%
Nos velhos tempos de SELIC a 2% estaria ótimo mas hoje em dia é bem fraco.

Renda Fixa (CDB, LCx): 0,6%
Idem. Raquítico.

Fundos: -0,3%
Ouro despencou e enterrou a carteira.

FGTS: 0,25%
O de sempre.

Ações: 1,1%
Bastante expressivo ! Realizei alguns lucros no início do mês e foi uma boa estratégia.

FIIs: -2,8%; DY do mês ficou em 0,74% 
Cotas seguem em queda livre. O fantasma da tributaçao de dividendos está de volta. Pelo menos os dividendos vieram mais gordos que no mês passado.

EUR: -6,5%
Real virando moeda forte !

USD: -1,8%    
Dólar em queda livre.


Veja detalhes atualizados sobre a carteira no meu Painel de Controle.

Outros ativos


Colchão de segurança (SELIC, RF): 0,4%
Mais que isso nao vai.

Medíocre.

Resultado do mês


Rendimento global da carteira: -0,8%; no ano acumula -0,2%
Rendimento real nos últimos 12 meses: -2%
Taxa de retirada nos últimos 12 meses: 2,5% - dentro da meta (3,2%)

Indicadores do mês:

CDI: 0,3%; no ano 1,27%
IPCA: 0,53%; acumulando 3,77% no ano
Poupança: 0,2%; no ano 0,87%

Como já passei de 1 ano de vagabundagem posso mostrar a taxa de retirada anual, que é mais fácil de entender e acompanhar. Esta taxa 2,5% é a divisão de todas as despesas dos últimos 12 meses, menos renda passiva (cupons de tesouro, dividendos de FIIs e ações), pelo valor da carteira 1 ano atrás. Ou seja, é retirada mesmo (venda de ativos).

Como agora tenho renda ativa não faz mais sentido contabilizar taxa de retirada. A partir do próximo mês volta a taxa de poupança como métrica relevante.

Um semestre pra ser esquecido. Tão ruim quanto o primeiro semestre de 2020. Esse mês em particular a valorização do real enterrou a rentabilidade. Isso principalmente porque eu trouxe bastante grana quando a cotação estava nas máximas. Por outro lado, em dólar o patrimônio deu uma bela subida.

Melhores investimentos do semestre: USD (8,7%), Ações (4,9%), RF (3,3%)
Piores investimentos do semestre: FIIs (-8,1%), EUR (-4,1%), TD (-2,5%)

Próximos passos


Basicamente agora é aportar no exterior ! Pau na máquina !

Bons investimentos a todos !