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sábado, 16 de dezembro de 2017

De calças arriadas: renda fixa


Continuando a série sobre detalhes da minha carteira, dessa vez abordo a renda fixa - títulos públicos e privados. 

A evolução da minha história como investidor foi assim:
  1. Poupança
  2. Fundos de investimento
  3. Ações
  4. Títulos privados - CDB, LCx (LC, LCA, LCI)
  5. Títulos públicos
  6. Previdência Privada
  7. FIIs
Por conta do pífio rendimento do Tesouro Direto nos últimos meses e constante queda da SELIC, resolvi examinar com mais detalhe essa carteira, que atualmente corresponde a 38% dos meus investimentos.

Títulos privados

No início de 2015 fiz uma revisão anual das finanças e senti necessidade de diversificar em algo. Não era possível que todo meu dinheiro tinha que ir pra fundos e poupança. Estava muito concentrado. Fui pesquisar sobre renda fixa e finalmente abri conta numa corretora - Easynvest. Sem taxa de custódia e ótima variedade de papéis. Todo mês resgatava uma quantia dos fundos e comprava alguns. 

Nessa época os juros estavam na lua mas eu não tinha idéia da oportunidade. Surfei um pouco na onda mas meio sem querer pois não sabia que aquilo era uma situação extraordinária. Devia ter enchido os bolsos de pré-fixados. Agora é tarde, paciência. Ainda assim peguei alguns. O último CDB pré a 18% vence ano que vem.

Sempre me atento à classificação de risco dos bancos. Jamais pego algo com grau de investimento especulativo, mesmo com a proteção do FGC. Cheguei a ter uns 80 papéis na carteira e a partir de 2016 o que ia vencendo eu colocava em outras coisas, principalmente Tesouro Direto.

Títulos privados correspondem a 14% da minha carteira. Análise da minha posição:




  • CDI - 56,7% da carteira, a uma taxa média de 104% CDI, vencimento médio em 1,8 anos
  • Inflação - 31,7% da carteira, taxa média de 6,48% + IPCA ou IGPM, vencimento médio 1,3 anos
  • Pré-fixado - 11,6% da carteira, taxa média 13,09%, vencimento em 1,4 anos em média


  • Esta carteira acumula 19,3% de rendimento em 2017 segundo a planilha do AdP. Deve ter algum bug nisso. Não sei se tem a ver, mas o que mais rolou foi retirada (títulos vencendo sendo realocados para outros investimentos) e o preço médio anual da cota vem caindo enquanto o valor da cota aumenta. Devo mencionar que comecei o controle em abril, sendo que os 3 primeiros meses eu preenchi meio de cabeça e estava rolando forte realocação de recursos. Paciência, ano que vem se acerta.


    Valor da cota Preço médio anual Preço médio histórico % mês % ano
    R$ 1,0027 R$ 1,0000 R$ 1,0000 0,27% 0,27%
    R$ 1,0050 R$ 1,0000 R$ 1,0000 0,23% 0,50%
    R$ 1,0404 R$ 1,0003 R$ 1,0003 3,52% 4,01%
    R$ 1,0795 R$ 0,9969 R$ 0,9969 3,76% 8,28%
    R$ 1,0875 R$ 0,9940 R$ 0,9940 0,74% 9,41%
    R$ 1,0952 R$ 0,9858 R$ 0,9858 0,71% 11,10%
    R$ 1,1018 R$ 0,9858 R$ 0,9858 0,60% 11,76%
    R$ 1,1108 R$ 0,9710 R$ 0,9710 0,82% 14,39%
    R$ 1,1193 R$ 0,9613 R$ 0,9613 0,77% 16,44%
    R$ 1,1279 R$ 0,9613 R$ 0,9613 0,76% 17,33%
    R$ 1,1356 R$ 0,9522 R$ 0,9522 0,69% 19,27%


    Títulos públicos

    Assim como nos títulos privados, surfei um pouco na onda porém sem saber a oportunidade que estava ali. Ainda assim peguei alguns TD IPCA com taxa superior a 7%. Infelizmente pré-fixado não peguei quase nada naquela época.

    Títulos públicos correspondem a 23% da minha carteira. Análise da minha posição:
    • TD IPCA 2019, 2024 e 2035 - 51,3% de participação a uma taxa média de IPCA + 6%
    • Pré-fixados 2019 e 2023 - 6,9% da carteira a uma taxa média de 11,3%
    • Tesouro SELIC - 41,8% da carteira
    Esta carteira acumula 7,57% de rendimento em 2017, já líquido de IR. Acho que nesse caso não tem bug na planilha !

    Conclusão

    Apesar da rentabilidade recente do TD ter sido um fiasco acredito estar bem posicionado em TD IPCA, com boa reserva em Tesouro SELIC para oportunidades futuras. A taxa dos Pré-fixados não é excepcional mas é a menor parte da carteira. Minha estratégia agora é ir pegando alguns CDBs pós-fixados a 116% ou mais do CDI e reavaliar quando a taxa do TD IPCA 2035 superar 6%.

    Vender os títulos de 7% só em caso de emergência pois a verdade é que não sei onde poderia reinvestir esse dinheiro. Por enquanto fica lá pra quando eu ficar velho.

    Meus títulos privados estão com taxas melhores em comparação com os públicos, o que é coerente por oferecem um pouco mais de risco que o TD.

    Bons investimentos a todos, seja em renda ou em perda fixa !

    domingo, 3 de dezembro de 2017

    Balanço - Novembro/2017

    Este mês continuei meu aprendizado e descobri algumas coisas na blogosfera de finanças e comunidade FIRE:

    • no blog Pensamentos Financeiros um cidadão que atingiu a IF com sobras e teve a coragem de abandonar um emprego estável e bem pago. Ele não demonstra números mas pelo que li o cara deixa o lendário Viver de Renda comendo poeira. Por enquanto... pois o VR vem com tudo com seus bitcoins se multiplicando a cada dia
    • Investidor Oculto é mais um que saiu da matrix e estreou seu blog mostrando como é viver de renda passiva. Olho nesses caras !
    • Calote no Tesouro Direto ? artigo muito interessante publicado pela Vérios. Copo meio cheio ou meio vazio - vai de cada um a meu ver
    • o blogueiro Early Retirement Now continua publicando posts que pra mim superam o Trinity Study. Veja só este post onde ele refina os resultados de um famoso post do Mr. Money Mustache, mostrando quanto tempo demora pra atingir a IF dependendo do desempenho do mercado e da taxa de poupança
    Tive a honra e o prazer de fazer um guest post contando um pouco da minha história num dos meus blogs favoritos, o What Life Could Be. O blog é escrito por um casal romeno/escocês que praticamente atingiu a IF mexendo com imóveis na Alemanha. Eles tem 2 filhos e este ano se mudaram para a Romênia, ficando próximos a família dele e baixando tremendamente seu custo de vida.

    Sobre minha caminhada, minha carteira pelo segundo mês consecutivo empacou com um rendimento ridículo. Hora de voltar pra poupança ? Vejamos:

    • Taxa de poupança ( (receitas - despesas) / receitas) de acordo com o GuiaBolso: 54%
    • Renda passiva de FIIs e ações: 3484,48
    • Rendimento global da carteira: 0,22% - Medíocre. Acumulado de 2017: 10,06%
      • Previdencia Privada: 1,00% - olhei várias vezes, não sei como, acho que erraram
      • Tesouro direto: 0,01% - empacou
      • RF (Títulos privados): 0,69% - ok
      • Fundos: -0,49% - lamentável ! Tudo andando de lado ou em leve queda
      • FGTS: 0,24% - sem comentários 
      • Ações: -2,05% - pelo menos caí menos que o IBovespa
      • FIIs: 0,86% - comprei FAMB11B com uma ordem que estava lá jogada, bem no dia que explodiu; rendimento foi positivo graças a um aluguel anual do RBRD11 que salvou a pátria
      • USD: 1,88% - ótimo
      • EUR: 1,62% - beleza
      • Stock plan: 0,20% - ok
    Todas rentabilidades acima sao líquidas. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pra cá, mais multas e impostos. 

    Indicadores do mês:
    • CDI 0,57% - perdi de novo. No ano acumula 9,34% (continuo superando) 
    • IPCA estimado: 0,39% - perder pra inflação é o pior pro pequeno investidor...; no ano acumula 2,60%
    • Poupança: 0,43% - rendeu mais que minha carteira; no ano acumula 6,12%

    Alocação atual:


    Brasil Exterior
    Fundos Prev Privada FGTS RF TD FII Ações Stock Plan EUR USD

    23,7% 10,9% 5,8% 14,2% 22,6% 9,4% 4,1% 2,2% 4,2% 2,8%

    Próximos aportes deverão em Tesouro SELIC mesmo, já que em renda variável estou próximo da alocação que planejei. Vou tentar mais uma cota do FAMB11B pra melhorar o preço médio. Enfim, já que entrei, agora vou até o enfim. Pra quem não sabe, o fundo derreteu após um notícia publicada no jornalzinho do sindicato dos bancários informando que a Caixa estaria de saída do prédio.

    Trabalhar não dá. Quero virar vagabundo.