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sexta-feira, 16 de abril de 2021

Lições do crash

Post rapidinho só pra comparar as previsões que fiz baseadas na crise de 2008 com o que realmente ocorreu em 2020 na crise do corona. Na tabela abaixo estão meus investimentos, o quanto achei que iria cair e o quanto realmente caiu ou não:

AtivoPrevistoRealizado
Tesouro Direto-20%-20,2%
LC*, CDB (incl FGTS)6,8%3,0%
Debêntures-20,0%-3,1%
Ações-41%-33,8%
FIIs-10%-25,2%
EUR-14,4%2,3%
USD-6,5%2,5%
Ouro20%5,4%
Fundos MM3,2%-2,1%
Prev Privada-2,3%-3,4%
Apto-2%0%
SELIC6,8%3,0%

Para os números da crise de 2008 eu usei o ano inteiro, pois aquilo foi uma queda prolongada por meses a fio. Em 2020 o fundo do poço foi em março e dali pra frente só subiu. Foi uma crise aguda porém curta. Bem mais curta que o esperado (mais uma previsão que não se concretizou).

No caso do Tesouro Direto tinha usado originalmente o IPCA 2035 porém em relação a 2020 o IPCA 2045 seria o título com duração mais parecida (25 anos). Este caiu 20% durante a crise.

Minha bola de cristal funcionou bem no caso do Tesouro Direto, Ações e Previdência Privada. O resto foi bem fora, ou pra mais ou pra menos. Curiosamente no fim das contas o patrimônio diminuiu 7%, contra 6% da previsão, ou seja, bem em linha com o esperado.

Será que viveremos para testemunhar a crise devastadora que será provocada pelo Quantitative Easing ? O que serviria de proteção para a carteira em tal cenário ? Será a vitória do Bitcoin ? A volta triunfante do ouro ? Ou melhor ter umas galinhas no quintal pra ter o que comer ?

Sinceramente, estou de saco cheio de ser testemunha da história. Já me basta este pós-apocalipse.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Balanço - Março/2021

Há um ano eu trancafiado assistia estarrecido as notícias sobre um novo vírus que se alastrava muito rápido e levava hospitais ao caos. Como num apocalipse zumbi a ordem era ficar em casa e só sair pra comprar comida, sob pena de ser multado ou mesmo preso. 

Um ano depois o pesadelo continua sem data para acabar. O mundo de joelhos agora espera pela boa vontade dos fabricantes de vacinas. Isso para os países que firmaram contratos com essas empresas.

Inacreditável.

E a SELIC enfim subiu. Será que o TD IPCA 2035 bate 5% até o fim do ano ? Aí eu me animo.

Desempenho da carteira

Todas rentabilidades abaixo são líquidas, com exceção de previdência privada. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pro Brasil, mais multas e impostos.

Tesouro direto (Pré-fixado, IPCA, Selic): -0,3%
Uma merda, mas pensei que seria até pior

Renda Fixa (CDB, LCx): 0,6%
Tá bom.

Fundos: -0,3%
Empacou.

FGTS: 0,25%
O ativo mais confiável da carteira.

Ações: 8,3%
Um dos raros meses onde eu ganhei do IBOV ! Subiu tudo.

FIIs: -3,6; DY do mês ficou em 0,68% 
Entrei na subscrição do MXRF11. De resto... derretendo feito manteiga na chapa, não deve obter valorização esse ano.

EUR: 1,3%
Esticou mais um pouquinho

USD: 5%
S&P500 parece um foguete ! Até quando irá a festa ?

Veja detalhes atualizados sobre a carteira no meu Painel de Controle.

Outros ativos


Colchão de segurança (SELIC, RF): 0,15%
Tá ok.

Bom resultado, primeiro fechamento positivo do ano.

Resultado do mês


Rendimento global da carteira: 0,4% - ; no ano acumula -0,02...% Parou no tempo.
Rendimento real nos últimos 12 meses: 6,6%
Taxa de retirada nos últimos 12 meses: 2,3% - dentro da meta

Indicadores do mês:

CDI0,20%; no ano 0,48%
IPCA previsto: 0,93%; acumulando 2,05% no ano
Poupança: 0,12%; no ano 0,35%

Como já passei de 1 ano de vagabundagem posso mostrar a taxa de retirada anual, que é mais fácil de entender e acompanhar. Esta taxa 2,3% é a divisão de todas as despesas dos últimos 12 meses, menos renda passiva (cupons de tesouro, dividendos de FIIs e ações), pelo valor da carteira 1 ano atrás. Ou seja, é retirada mesmo (venda de ativos).

Para 2021 estou planejando uma taxa de retirada por volta de 3,2% ao ano no máximo. Esta taxa foi calculada em cima da carteira do início do ano, já descontando uma estimativa de dividendos a receber. Não considero renda de aluguel nem meu imóvel nessas contas.

Melhores investimentos do trimestre: USD (14,4%), EUR (9,6%), RF (1,5%)
Piores investimentos: Ações (-4,3%), TD (-4,3%), FIIs (-4,2%)

Primeiro trimestre foi perdido. Patrimônio recuou uns 2% em termos reais. Só não foi pior que o primeiro trimestre de 2020. Esse sim com o crash do corona entrou pros anais da história.


Próximos passos


Por causa das próximas altas de juros tomei algumas decisões de investimento. O "milestone" pra mim vai ser a SELIC chegando em 4%. Vou seguir até lá em modo cruzeiro, de um lado assistindo pacientemente o valor da carteira derreter por causa da marcação à mercado, e do outro aproveitando o alívio no cambio que as altas de juros devem trazer pra mandar grana pra fora, pra gastar e investir.

Para isso entre outras coisas vou começar a zerar minha posição em ouro que estava no fundo Trend Ouro. Peguei esse pra Cristo porque descobri que ele não segue a variação cambial. Não faz sentido isso. Se o ouro permanece estável mas o dólar se valoriza não ganho nada. Foi uma baita orelhada não ter visto isso antes, apesar que não me lembro de haver algo melhor na época em que comecei a investir nele.

Ao atingir o tal milestone, volto ao TD, Renda Fixa e aos FIIs. FIIs nesse meio tempo só invisto se houver subscrição ou uma queda muito exagerada do mercado. De imediato, se o tempo permitir, vou participar deste evento online sobre FIIs.

A tendência é terminar o ano com baixa rentabilidade, patrimônio em leve queda, menos dinheiro no Brasil e mais no exterior.

Vou nessa balada. Feliz 2022 !