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terça-feira, 16 de junho de 2020

Aposentadoria pelo INSS



Se eu disser que não conto com o INSS estarei mentindo. Nos meus cálculos considerei que eu e a patroa vamos receber um salário mínimo a partir dos 65 anos de idade. É um número conservador, porque na maior parte do tempo eu contribuí mais do que isso. Mesmo que tivesse contribuído menos, não existe pensão menor que o salário mínimo. Sem falar que já contribuí 26 anos, não dá pra desprezar tanto tempo ! Quero minha fatia do bolo !


Daí outro dia bateu a curiosidade de saber quanto eu receberia, se não contribuísse mais nada, se hoje eu tivesse 65 anos. Primeiro fui na página do INSS, tentei simular mas deu pau.



Aí acabei indo pelo caminho mais difícil: calculei na mão... Tudo que vou falar a seguir é o que vale pra mim. No final do post vou deixar uns links que me ajudaram, e provavelmente ajudem você também.

Atualização 19/06/20: consegui simular pelo app no celular ! 
O tempo bateu com minha planilha, porém ele não calcula o benefício pois ainda não tenho direito.

Quando joguei a toalha eu tinha 45 anos e já tinha contribuído 26 anos. Ainda assim, como não iria me aposentar nos próximos anos, não entro em nenhuma das regras de transição. No meu caso, como me filiei ao INSS antes da reforma, só posso me aposentar com 65 anos de idade e com pelo menos 15 anos de contribuição. Como já contribuí mais que isso, se eu não fizer mais nada, eu me aposento com 65. 

Recebendo quanto ? O benefício é calculado em cima da média dos salários de contribuição. A partir de 15 anos de contribuição o homem recebe 60% dessa média, ganhando mais 2% a cada ano depois de 20 anos de contribuição. Chega a 100% (aposentadoria integral) somente com 40 anos de pagamento.



Detalhe que essa média só leva em conta os salários desde julho de 1994. As contribuições anteriores só contam pra saber se você já tem pelo menos 180, não pelo valor. Tenho poucas contribuições na era pré-real, todas com salário baixo. Ou seja, pra mim não faz diferença.

Estes foram os passos:

1. Baixei meu extrato de contribuições na página do INSS
2. Levantei todos meus salários de contribuição
3. Apliquei a correção monetária
4. Calculei a média
5. Apliquei o percentual pela regra acima (26 anos = 72% do benefício)

E o que que deu ?

Cerca de 3 salários mínimos !!!

Maravilha ! 

Porém eu gostaria de manter o direito aos outros benefícios do INSS tais como aposentadoria por invalidez e auxílio doença. Pra isso eu tenho que manter a qualidade de segurado, ou seja, não posso parar pra sempre de contribuir. Nesse momento estou nos últimos dias do meu período de graça, prestes a perder a qualidade de segurado pois já vai fazer um ano que pedi demissão. 

Como contribuinte facultativo eu perco a qualidade de segurado 6 meses depois da última contribuição. Daí pensei e vou fazer o seguinte: contribuirei 3 vezes por ano, a cada 4 meses, só pra manter a qualidade de segurado e ter direito a todos os benefícios. 

Não adianta eu começar a contribuir em cima de 3 salários mínimos e daqui 10 anos vierem com outra reforma me ferrando mais ainda. Por isso, em princípio, vou contribuir pelo salário mínimo mesmo, mesmo que signifique uma redução no benefício final. Isso porque como disse a maioria das minhas contribuições foram superiores ao salário mínimo, sendo uma boa parte delas pelo teto. 

Aqui vem uma parte que eu não entendo que é a alíquota. O facultativo que contribui com 20% em cima de qualquer salário (do piso ao teto) tem direito a aposentadoria por idade ou tempo de contribuição naquele valor. Porém, que eu saiba, agora só existe aposentadoria por idade, a menos que você entre em alguma regra de transição, o que não é meu caso. 

Já quem contribui com 11% só pode fazê-lo sobre o salário mínimo e só poderá se aposentar por idade. Mas na hora de se aposentar por idade não tem que ver quantos anos contribuiu pra ver quantos por cento da média vai receber ? E não tem que ter pelo menos 180 contribuições ?? Então o tempo conta ou não conta ?

Enfim, simulando aqui essa estratégia de contribuir a cada 4 meses só pra manter a qualidade de segurado, meu benefício final se reduziria em cerca de 5,5%. Seriam 57 contribuições até os 65 anos. Se por um lado teria mais meses (alíquota de 11% vale ?), o que aumentaria o percentual, por outro lado a média se reduz pois estaria adicionando contribuições mais baixas, em cima de um salário mínimo apenas.

Pra não haver nenhuma redução eu teria que, adicionalmente, contribuir mais 4 anos com base em 3 salários mínimos, totalizando 105 contribuições ou cerca de 9 anos.

Outra idéia seria simplesmente contribuir a cada 4 meses em cima de 2 salários mínimos. Assim manteria a qualidade de segurado e no final o benefício ainda seria de 3 salários mínimos, por volta de 3135 reais.

EstratégiaContribuiçõesSegurado ?BenefícioContribuição adicional total (20%)
1Só as que fiz até hojeNão3135N/A
2+ a cada 4 meses, salário mínimoSim296012000
3Situação 2 + 48 contribuições de 3 salários mínimosSim313542000
4Como a 2, porém em cima de 2 salários mínimosSim313524000

Se eu tivesse certeza que daqui alguns anos outra reforma não viria me ferrar eu começaria com o número 4. Por isso acho que vou começar conforme o 2, só faltando saber qual a alíquota - 11% ou 20%.

E você, o que acha do INSS ? Tem lugar pra aposentadoria oficial no seu planejamento financeiro ?

terça-feira, 2 de junho de 2020

Balanço - Maio/2020


Há alguns dias me veio na cabeça a tamanha distopia que estou vivendo. Pandemia, pandemônio, SELIC a 3%, lojas fechadas, 2 meses sem sair da cidade, todo mundo usando máscara e eu andando na rua com a minha filha de bicicleta, sem emprego e prestes a completar um ano de vadiagem. Às vezes parece surreal.


Água mole em pedra dura... esse mês fiz meu primeiro trampo freelance. Foi uma consultoria rápida, coisa bem pontual. Agora espero que se confirme conforme o ditado: onde passa um boi, passa uma boiada.

Desempenho da carteira


Tesouro direto (Pré-fixado, IPCA, Selic): 1,12%
Com a distópica taxa SELIC de 3% comecei a mover um pouco pro TD IPCA 2026, onde estou com taxa média de 3,60%. Vai variar mais que o Tesouro SELIC porém vai ser um montante que eu acredito só precisar daqui a 6 anos.

Renda Fixa (CDB, LCx): 0,27%
Mais que isso não vai.

Fundos: 3,2%
Excelente !

FGTS: 0,25% 
Quem diria que um dia seria tão rentável quanto um CDB 100% do CDI...

Ações: 5,6%
Esse mês estudei bastante. Fiz planilhas, apliquei a fórmula mágica do Greenblatt e os critérios de Value Investing do Graham. Montei de um jeito que todo mês em meia hora eu consigo ver o que teoricamente vale a pena comprar e vender. Só compro se for bem nos critérios do Greenblatt e do Graham, pagar dividendos por menores que sejam e estiver com P/L abaixo da média nos últimos 3 anos. Entraram TGMA3 e LEVE3, que foram bem (apesar que praticamente qualquer merda subiu esse mês). Falei que só ia pegar blue-chips mas me rendi aos números. Small caps como essas terão no entanto participação menor na carteira.  
Aproveitando a euforia do mercado (87k ?!?) zerei minha posição em ABEV3. Em 3 anos de buy-and-hold obtive um ridículo rendimento de 1,45%, fora os pífios dividendos que nem vou me dar ao trabalho de somar. Ação picolé de chuchu foi essa ! Também desovei um pouco de KLBN3 e pretendo zerar até o fim do ano, mesmo que seja com prejuízo.
Maior alta do mês: TGMA3 (+14%); maior baixa: IRBR3 (-17%).

FIIs: -0,5% ; DY do mês ficou em 0,4%
Houve uma leve queda e os dividendos foram impactados pela crise. Maior alta: MXRF11 (7,6%); maior baixa: RBFF11 (-9,5%).

EUR: 3,5%
Segue em recuperação.

USD: 3,5% 
Idem.

Stock plan: 5,9%
Mesma coisa.

Veja detalhes atualizados sobre a carteira no meu Painel de controle.


Outros ativos


Colchão de segurança (Tesouro SELIC, Fundo DI): 0,22%
Não imaginava a SELIC bater 3% tão cedo. Já estou pensando em voltar pra poupança. Pra aplicacão de menos de um ano ela ganha do Tesouro SELIC. A taxa de 0,25% da B3 está muito pesada agora.
Tá ótimo.

Resultado do mês



Rendimento global da carteira: 1,7% - excelente; no ano ainda acumulo -2,6%
Rendimento global da carteira, líquido de inflação*: 2,16%
Taxa de retirada: 0,32% - bem acima da meta mas já era previsto. Troquei de apartamento e tive despesas extras por causa da mudança.

Indicadores do mês:

CDI: 0,24%; no ano 1,54%
IPCA*: -0,45%; no ano seriam -0,23%
Poupança: 0,22%; no ano 1,20%

*Inflação prevista

Continuo planejando uma taxa de retirada por volta de 2,6% ao ano no máximo, o que daria uma retirada mensal de 0,22%. Esta taxa de retirada é calculada em cima da carteira do início do ano, já descontando uma estimativa de dividendos a receber. Ou seja, é retirada mesmo (venda de ativos). 

Todas rentabilidades acima são líquidas, com exceção de previdência privada. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pro Brasil, mais multas e impostos.

Com esse resultado meu patrimônio, corrigido pela inflação, voltou pro mesmo patamar de quando joguei a toalha. Primeiro subiu, daí no começo do ano despencou, agora recuperou um pouco e estou no zero a zero.

Próximos passos


Renda fixa não dá, está morta. Na renda variável, vejo a bolsa frágil e os FIIs raquíticos. Pra mim não compensa o risco. O negócio é mandar grana pra fora, nem que seja pra ficar parada na conta. Mesmo que não invista, uma hora vou usar no dia a dia.

Andei estudando aposentadoria pelo INSS e quero fazer um post sobre isso em breve.

E vamo que vamo.