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sábado, 16 de maio de 2020

Síndrome de Solomon: o medo de se destacar do rebanho

Hoje um post no estilo do inimitável colega SoulSurfer, do blog Pensamentos Financeiros. :-)
Nossa sociedade tende a demonizar o sucesso, a condenar quem se dá bem e é talentoso. Obviamente, as pessoas não dizem isso. Esse ato baseado na inveja do sucesso dos outros tem consequências claras: somos menos livres do que pensamos, porque somos altamente condicionados pelo meio ambiente. O medo de ser o elemento discordante em um grupo lança as bases para uma patologia conhecida como Síndrome de Solomon.
É um distúrbio caracterizado por o sujeito manifestar reações como tomada de decisão ou comportamento, evitando se destacar no ambiente social que o cerca. É comum que essas pessoas se impeçam de seguir o caminho desejado, tentando não deixar o caminho comum em que a maioria da população está. A síndrome de Solomon, portanto, mostra baixa auto-estima e falta de autoconfiança. As pessoas afetadas acreditam que seu valor depende de quanto são valorizados pelas pessoas no seu ambiente
Assim, um dos medos do ser humano é se destacar e se diferenciar. Os julgamentos de valor (às vezes, sem nenhuma referência ou conhecimento) e as críticas que recebem de outras pessoas motivadas pela inveja se tornam um vírus que paralisa seu progresso.
É importante notar que há uma parte importante da sociedade com medo de chamar muita atenção, por medo de que outros possam se sentir ofendidos por suas realizações, virtudes e sucessos. 
Para demonstrar a influência que um grupo pode ter sobre um determinado indivíduo, em 1951 o psicólogo americano Solomon Asch foi a um instituto para realizar um teste de visão. Pelo menos foi o que ele disse aos 123 jovens voluntários que participaram (sem saber) de um experimento sobre comportamento humano em um ambiente social. O experimento foi muito simples. Em uma sala na escola, ele se juntou a um grupo de sete alunos, conhecidos seus. Enquanto isso, um oitavo aluno entrou na sala acreditando que o restante participava do mesmo teste de visão que ele.
Posando como oftalmologista, Asch mostrou três linhas verticais de comprimentos diferentes, desenhadas ao lado de uma quarta linha. Da esquerda para  direita, o primeiro e o quarto mediam exatamente o mesmo. Então Asch pediu que eles dissessem em voz alta qual das três linhas verticais era a mesma que a outra traçada ao lado. Ele o organizou de tal maneira que o aluno que era a "cobaia" do experimento sempre respondia por último, depois de ouvir a opinião dos outros.
A resposta era tão óbvia e simples que quase não havia espaço para erros. No entanto, os sete companheiros de Asch davam a mesma resposta errada, um por um. Para disfarçar um pouco, eles concordaram que um ou dois dariam outra resposta, também errada. Este exercício foi repetido 18 vezes para cada um dos 123 voluntários que participaram. Todos eles foram feitos para comparar as mesmas quatro linhas verticais, colocadas em ordem diferente.
O resultado foi que apenas 25% dos participantes mantiveram seus critérios toda vez que foram solicitados; o resto foi influenciado e arrastado pelo menos uma vez pela visão dos outros. Depois de concluir o experimento, os voluntários reconheceram que "eles distinguiam perfeitamente qual linha estava correta, mas que não a haviam pronunciado em voz alta por medo de estarem, errados, de serem ridicularizados ou de serem o elemento discordante do grupo".
Este estudo continua a fascinar pesquisadores do comportamento humano. A conclusão é unânime: estamos muito mais condicionados do que pensamos. Para muitos, a pressão da sociedade continua sendo um obstáculo intransponível.
No entanto, inconscientemente, muitos de nós têm medo de chamar muita atenção - e até de ter sucesso - por medo de que nossas realizações perturbem os outros. Essa é a razão pela qual, em geral, sentimos pânico ao falar em público, pois, por alguns momentos, nos tornamos o centro das atenções. E assim, estamos expostos ao que as pessoas podem pensar de nós e, portanto, vulneráveis.
Particularmente lembro muito bem que quando tinha uns 8 anos na escola eu ia muito bem mas aquilo chamava demais a atenção da molecada. Eu sabia a matéria mas num certo momento parei de responder as perguntas que a professora fazia a todos durante a aula. Preferia não participar, ser só mais um calado na sala.

Décadas depois numa fase de muito stress no trabalho percebi que quem segurava o rojão recebia mais e mais buchas, enquanto que quem fazia o arroz com feijão não era tão exigido. Mais uma vez vi que se destacar não era bom, era melhor fazer só o básico, só o essencial.
Hoje em dia grande parte do meu círculo social não sabe que estou num sabático, vivendo do vento. Porque não falo abertamente ?... Síndrome de Solomon, quem sabe. É ridículo que eu me importe com o que iriam pensar. A imensa maioria, que está firme na corrida dos ratos, sequer entenderia. Mas mesmo assim opinaria, é claro.
Por outro lado, a Síndrome de Solomon pode explicar porque a imensa maioria dos que teriam condições de alcançar a IF continua na corrida dos ratos. De repente a pessoa percebe que há saída, mas como não conhece ninguém que toma esse caminho, prefere continuar onde está para não se diferenciar e ser questionada ou hostilizada.
Você conhecia esse distúrbio ? Se identifica ou conhece alguém que seja "maria-vai-com-as-outras" ?

sábado, 2 de maio de 2020

Balanço - Abril/2020



Mais uma vez está provado que o Brasil não é pra amadores ! 

Tínhamos uma crise sanitária, a qual ia claramente desembocar numa crise econômica porém de repente temos uma crise política em cima de tudo... De uma hora pra outra 70% da população quer impeachment. Já ouço os gritos de diretas já. A NASA tem que vir estudar o Brasil ! 

Até o "Moro Day" foi pra mim um mês bem chato. Essa quarentena tá osso.

Conforme eu já previa, acabei dando um desconto no aluguel. Meu inquilino teve que fechar seu negócio por causa da crise e ficou sem renda. Está bem na cara que ele não tem uma reserva de emergência. Quem tem, como eu, paga o pato.

Mas a pergunta do milhão é: consegui me recuperar da cacetada de março ?

Desempenho da carteira

Tesouro direto (Pré-fixado, IPCA, Selic): 1,24%
Não recuperou tudo mas já é um bom começo

Renda Fixa (CDB, LCx): 0,30%
Tá de bom tamanho

Fundos: 0,93%
Tá ótimo

FGTS: 0,25% 
O de sempre

Ações: 5,8%
No acumulado do ano estou só com -29%... Pra mim está havendo uma espécie de "vôo da galinha". Estabilizou na casa dos 80k mas pra mim ainda tá estranho. Só aporto se chegar perto de 70k. "Ah mas vai pra 90k" - sim, pra depois em um mês voltar pra 80... melhor ficar de molho na RF um pouco. Depois de perder 3 anos em um mês a gente fica mais cauteloso.

FIIs: 5,25% ; DY do mês ficou em 0,7%
Foi um bom resultado. Não vejo muita margem pra FII agora, já está bem precificado pra esses tempos difíceis.

EUR: 12,4%
ETFs se recuperando um pouco ao mesmo tempo que o real se desvaloriza dá nisso.

USD: 15,4% 
Mesma coisa. Além disso, IVVB11 é meu primeiro ativo a voltar a seu topo histórico.

Stock plan: 9,8%
Subindo legal depois de um tombo magistral.


Veja detalhes atualizados sobre a carteira no meu Painel de controle.


Outros ativos



Colchão de segurança (Tesouro SELIC, Fundo DI): 0,09%
Essa crise tá tão zuada que até meu fundinho DI basicão de baixo risco caiu.


Previdência Privada: 1,7%
Tirou o pé da lama um pouco mas continua negativo no acumulado anual. 


Resultado do mês



Rendimento global da carteira: 2,8% - o maior que já tive num único mês; no ano acumulo -4,2%
Rendimento global da carteira, líquido de inflação: 3,1%
Taxa de retirada: 0,11% - dentro da meta

Indicadores do mês:

CDI: 0,28%; no ano 1,3%
IPCA: -0,31%; no ano seriam 0,22%
Poupança: 0,22%; no ano 0,98%

Continuo planejando uma taxa de retirada por volta de 2,6% ao ano no máximo, o que daria uma retirada mensal de 0,22%. Esta taxa de retirada é calculada em cima da carteira do início do ano, já descontando uma estimativa de dividendos a receber. Ou seja, é retirada mesmo (venda de ativos). 

Todas rentabilidades acima são líquidas, com exceção de previdência privada. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pro Brasil, mais multas e impostos.

Próximos passos


No geral a carteira está próxima da alocação que eu quero.

A direção continua a mesma. Tenho uma bela reserva em CDB com liquidez diária e Tesouro SELIC, que será metodica e pacientemente convertida em ações, FIIs e EUR até o fim do ano.

Numa outra frente vou comprar um pouco de Tesouro IPCA sempre que a taxa se aproximar de 5%.

É a boca do jacaré aberta esperando um peixe pular lá dentro.


Obrigado pela visita ! Espero que estejam se virando bem nesses dias de crise econômica, sanitária e política.