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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Balanço - Novembro/2022


Olá queridos leitores, quanta volatilidade esses mês ! Enterrou o ano de vez. Terra arrasada ! Eu segui o preceito de comprar ao som dos canhões. Será que um dia ouvirei os violinos ? Aos poucos vou me cansando.

A IF está no nosso dia a dia. Porque digo isso ?

Tem o tal colega que comentei aqui, que acidentalmente (assim espero) me mostrou uma cena insólita em seu celular. Conversando outro dia ele me contou um pouco da sua história. Disse que estava aposentado (!) mas resolveu voltar ao batente pois se sentia entediado. No primeiro ano disse que foi maravilha, cuidou da casa, do jardim, leu livros, viu TV e descansou. Depois veio o tédio. Recebeu a proposta e entrou na firma poucos meses antes que eu. Ele tem uns 55 anos. Como se aposentou cedo não sei... veremos as cenas dos próximos capítulos.

Tenho 2 colegas da faculdade que atingiram a IF, cada um a seu modo. Um deles montou uma empresa depois de formado, ralou pra caramba e o negócio prosperou. Depois se desentendeu com os sócios, vendeu a parte dele e se aposentou. O outro me disse há alguns anos numa mesa de bar que se vivesse a pão e água o resto da vida não precisaria mais ganhar dinheiro. Acredito que recebeu uma herança. Saiu do seu emprego formal e dedicava-se a projetos pessoais de desenvolvimento de software.

Acho incrível numa mesma turma termos 3 casos - eu e eles. 

Talvez você conheça alguém que atingiu a IF e nem saiba.

Desempenho da carteira


Todas rentabilidades abaixo são líquidas, com exceção de previdência privada. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pro Brasil, mais multas e impostos.

Tesouro direto (Pré-fixado, IPCA, Selic): -0,2%
Uma merda mas acho que até saiu barato levando em conta toda a volatilidade que ocorreu. Enchi o carrinho de IPCA 6+ e peguei um pouco de prefixado a mais de 13%.
 
Renda Fixa (CDB, LCx, Debêntures): 0,2%
Ridículo. Dessa vez os fundos de infra caíram, embora tenham dado um yield de 1%, livre de IR.

Fundos: -0,7%
Um desastre.

FGTS: 0,4%
Firmeza.

Ações: -7,5%
Uma catástrofe. A caminho do terceiro ano consecutivo com rendimento negativo. Depois de 4 meses sem aporte eu mandei bala em TAEE11, BBDC4, SMAL11, GOVE11 e DIVO11.

FIIs: -5,9%; DY do mês ficou em 0,88% 
Parece não ter fim o calvário dos FIIs. Se encaminham pro terceiro ano consecutivo de rendimento negativo por aqui, por outro lado com yield já na casa dos 10% este ano.

EUR: 2%
Cambio ajudou e ativos também se valorizaram.
 
USD: 7,2%
Subiu tudo ! Mas deve fechar o ano no vermelho.

Veja detalhes atualizados sobre a carteira no meu Painel de Controle.


Outros ativos


Reserva de segurança (SELIC, RF): 0,9%
Ótimo!

Caminhando pro zero a zero. Tirei uma grana do PGBL que caiu bem no momento em que o TD IPCA bateu 6%. Foi tudo pra lá. Pretendo acabar com o PGBL ao longo dos anos pois não uso mais a vantagem fiscal e não serve pra planejamento sucessório.


Resultado do mês


Rendimento global da carteira: -0,3%: no ano 0,5%
Rendimento real nos últimos 12 meses: -3,28%
Taxa de poupança: 27%

Indicadores:

CDI: 1,02%, acumulando 11,14% no ano 
IPCA previsto: 0,53%, acumulando 5,26% no ano 
Poupança: 0,6515%, acumulando 7,1409% no ano

Até saiu barato tendo em vista o fusuê que rolou no mercado esse mês. Me sinto no entanto frustrado. O que sobra do salário eu invisto e o mercado come. Assim não dá !

Próximos passos


No fim do ano vou viajar um pouco e torrar uma grana. Bem que podia ter uma euforia qualquer pra me ajudar né ! Falava-se em bolsa a 150k e cadê ?

Desde já boas festas a todos !

domingo, 3 de julho de 2022

Balanço - Junho/2022: 1 ano de labuta

E aí amigos ?

Há poucos dias completei um ano de volta à Matrix. Pensando rapidamente nos motivos e objetivos de ter me lançado a tal sacrifício, tenho o seguinte:

- Dei um belo caldo: mesmo após um hiato de 2 anos eu rapidamente me adaptei e arranquei excelente feedback de colegas, clientes e gerentes de projeto, tendo ganhado até bônus por isso
- FATFire: acho que nunca serei. Com o que consigo poupar e com o que o mercado tem retornado é impossível. 
- Margem emagreceu: segue bem magrinha. Eu inclusive já me questiono se algum dia vou poder virar vagabundo de novo... Deprê. 
- Divórcio: a coisa tá melhor mas não dá pra descartar.
- Pandemia: saiu de moda depois que começou a guerra. No entanto foi melhor ganhar dinheiro do que ficar em casa sem poder viajar, ou tendo que viajar com um monte de restrições.

De um ano pra cá meu patrimônio recuou 7% perante a inflação. Se não tivesse recebido salários e continuado os saques, o recuo estaria beirando os 10% segundo minha planilha. Talvez seja cedo pra dizer se valeu a pena, mas parece que sim. Pelo menos financeiramente falando.

E vamos lá, pra fechar esse semestre tenebroso.

Desempenho da carteira


Todas rentabilidades abaixo são líquidas, com exceção de previdência privada. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pro Brasil, mais multas e impostos.

Tesouro direto (Pré-fixado, IPCA, Selic): -0,5%
Péssimo. O ponto fraco eu já identifiquei. Quando saí dos fundos de bancão comprei principalmente títulos longos, com o pensamento de que taxa não vence tempo. A consequência é que estou super exposto à marcação à mercado. Esse mês o risco Brasil disparou com mais um auxílio não sei o que, cujo dinheiro não se sabe de onde virá.
 
Renda Fixa (CDB, LCx, Debêntures): 0,5%
Fundos de infra deram uma recuada e detonaram a rentabilidade. Venceram 2 CDBs e preferi nao arriscar, reinvesti a IPCA + 6% pra 3 anos.

Fundos: -0,1%
Horrível. Terminei a migração do Trend Ouro para o BIAU39.

FGTS: 0,4%
Sei lá porque rendeu mais do que o costumeiro 0,3% ou menos.

Ações: -9,6%
Por isso digo que todos os ativos brasileiros são correlacionados. Risco Brasil aumenta, Bolsa e RF caem. Esse mês todo o rendimento do ano foi devolvido e estou no vermelho.

FIIs: -0,9%; DY do mês ficou em 1% 
Yield muito interessante. Pela primeira vez em 4 anos não fiz nada - nem aportei, nem resgatei.

EUR: 8,3%
Em EUR mesmo caiu tudo, mas em BRL deu uma recuperada. 
 
USD: 5,8%
Excelente ! Ouro subiu e levantou a carteira.

Veja detalhes atualizados sobre a carteira no meu Painel de Controle.

Outros ativos


Reserva de segurança (SELIC, RF): 0,9%
Ótimo!

Enfim mais que zero.

Resultado do mês


Rendimento global da carteira: 0,5%: no ano -1,9%
Rendimento real nos últimos 12 meses: -11%
Taxa de poupança: 62%

Indicadores do mês:

CDI1,01%, acumulando 5,4% no ano 
IPCA previsto: 0,67%, acumulando 5,49% no ano 
Poupança: 0,65%, acumulando 3,58% no ano

Foi de amargar. De positivo no entanto pelo segundo mês consecutivo minhas fontes de renda passiva poderiam ter coberto todas minhas despesas. 

Melhores investimentos do semestre: 
  1. Fundos (7,2%)
  2. RF (5,6%)
  3. FGTS (2%)
Piores investimentos do semestre: 
  1. EUR (-14,5%)
  2. USD (-11,1%)
  3. FIIs (-5,5%)

Próximos passos


Estou querendo parar de olhar rentabilidade, olhar só o crescimento da carteira. Preciso de um tempo pra reformar minha planilha AdP++.

Estou sentado num monte de liquidez. Uma bela grana parada sem investir. No começo do ano resolvi parar com aportes no exterior por causa da perspectiva de alta de juros. Foi uma decisão acertada pois de lá pra cá foi só ladeira abaixo. Ainda não me sinto seguro pra voltar os aportes, vou segurar mais um pouco.

Estou meio desanimado com tanto número vermelho. Será que é possível atingir a IF num cenário de alta inflação ? 

Vou viajar esse mês e tentar descansar. Continuo lendo blogs, só não tenho tempo de ficar comentando com calma. Costumo ler no celular indo ou voltando pra algum lugar. É só quando tenho tempo.

Feliz julho e até a próxima!

quinta-feira, 17 de junho de 2021

2 anos de sabático: valeu a pena ? Reflexões, frustrações, sonhos e alucinações

Já se foram dois anos de vagabundagem, vivendo do vento e de renda passiva.

Não tenho dúvida de que foi uma das melhores decisões que tomei. 

Nem tudo foram flores mas no final o saldo é bastante positivo.

Finanças

Vamos aos números finais da brincadeira:
  • Crescimento real do patrimônio: 1,6%
  • Despesas foram pagas com os seguintes recursos
    • Dividendos de FIIs: 26,8%
    • Dividendos de Ações: 4,8%
    • Cupons do Tesouro Direto: 1,7%
    • Aluguel: 31,2%
    • Rendas não-recorrentes: 14%
  • Os 21,5% restantes, não cobertos por esses recursos, resultaram em taxas efetivas de retirada de 0,30% no primeiro ano e 0,73% no segundo, sobre todo o patrimônio (imóvel + investimentos)
De renda ativa nesse período tive uma diferença de rescisão e uns trocados de uma pequena consultoria que fiz. Só.

Apesar de ter se mantido baixa a taxa efetiva de retirada mais que dobrou de um ano pro outro. Rentabilidade menor e despesas maiores dá nisso.

Saúde

Me exercitei consistentemente e até aprendi a andar de bicicleta. Só não evoluí a ponto de correr uma boa distância por causa da maldita pandemia. Ganhei alguns quilinhos. Não dá pra ficar treinando de máscara, sinto muito. Fiquei só nas caminhadas mesmo, que continuam sendo um dos meus momentos preferidos. É um momento MEU. Eu sozinho batendo perna, ouvindo meus podcasts e pensando na vida.

Pretendo continuar de alguma forma. Acho que vou tentar voltar do trabalho andando e nos fins de semana ir pra uma caminhada mais extendida.

Por fim tomei há poucos dias a primeira dose da vacina anti-corona.


Pessoal

Foram incontáveis momentos com a minha filha que acredito terem criado um forte laço. Levando no parquinho, indo pra escola ou alguma atividade extra-curricular, fui parte do seu dia-a-dia. Teria perdido muita coisa se estivesse num emprego em tempo integral.

Grande parte do meu tempo foi cuidar da casa e do bem estar da família. O lance que eu postei sobre a jarra com pedrinhas e areia foi uma constante.

The best of the best

Os primeiros 100 dias foram bem estressantes. Depois de tudo resolvido iniciou-se uma rotina. Houve um período mágico, de outubro/2019 até fevereiro/2020, onde a carteira cresceu, eu estudei música, finanças, caminhei, corri e viajei livremente. Depois continuei sim fazendo minhas coisinhas, mas com tanta restrição já não era a mesma coisa.

Ficam memórias muito legais. Os momentos mais simples foram os meus preferidos:

- levar minha filha à tarde pra atividades extraescolares, depois dar banho, lanche, brincar, jantar e por pra dormir

- as manhãs na biblioteca mexendo em planilhas e resolvendo umas burocracias; depois sentar no banco de uma praça pra comer um sanduíche e em seguida fazer uma longa caminhada pela cidade

- aprender a andar de bicicleta, poucos dias antes de sermos confinados

- ensinar minha filha a andar de bicicleta

- testemunhar a queda de seu primeiro dente de leite enquanto tomávamos café da tarde durante o primeiro confinamento

Curiosamente, quase tudo foi antes da pandemia.

Cagadas

Meu maior erro foi não ter alinhado uns frilas antes de chutar o balde. Não me preparei, não procurei como funcionava, não corri atrás. O mesmo para negócios on-line. Fiquei só observando, não consegui por nada em prática. Era pra ter algo mais concreto em mente.

Minha vida social foi um fracasso. Fiz alguns poucos amigos num curso e quando me mudei pro centro da cidade, onde está o movimento, o governo começou a obrigar uso de máscara, distancia social, mandou fechar bares e comércio mais cedo, acabando ou restringindo minhas possibilidades de socialização. Alguns bares promoviam encontros de estrangeiros, músicos amadores e intercambio de idiomas. Por vários meses não rolou nada.

Os músicos da cidade penduraram a chuteira e ninguém mais procurou ninguém pra montar nenhuma banda ou projeto porque as casas noturnas foram todas fechadas. Também houve um período em que ficamos confinados na própria cidade, impedindo de você por exemplo ir ensaiar com alguém na cidade vizinha. 

Agora vou pra outra cidade trabalhar e vamos ver o que acontece, se no escritório a galera é gente fina e se os músicos locais se animam a fazer alguma coisa apesar das restrições. Decidi não fazer mais nenhum curso presencial enquanto perdure essa peste e a obrigação de usar máscara. Se comunicar numa língua estrangeira com máscara é um martírio que prefiro evitar.

Ficou pra próxima

Fica a lista de coisas pra fazer ou aprender no próximo sabático:
  • desenvolvimento web
  • produção musical
  • carpintaria
  • culinária
  • cultivar uma horta
  • meditação
  • Livros: estava mais ou menos até começar a pandemia, daí bagunçou toda minha agenda. Depois inventei de fazer uns cursos pra me reciclar e assim arrumar mais fácil algum frila, enterrando de vez o projeto

Conclusão

Uma das melhores coisas que já fiz. Acho que tem coisas que aprendi que nem me dei conta ainda. A vida é uma só, a gente tem que se arriscar de vez em quando. Qual o pior que poderia ter acontecido ? Ter gastado todo o dinheiro ? Trabalho e ganho mais, oras. Problemas sempre existirão, IF não é o remédio para todos os males.

Esperar o alinhamento de todos os astros pra fazer uma grande mudança é utopia. Sempre vai ter algo pra atrapalhar. No fim você tem que ir na fé mesmo. Feito é melhor que perfeito.


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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Seria independência financeira uma busca pela mediocridade ?


Hoje um post filosófico inspirado no vídeo acima, sobre a cultura da mediocridade. Trombei com ele há algum tempo e na hora vi a conexão com o mundo FIRE, IFAP, ou seja lá como você o chame.

Com frequencia quem está em busca da IF será criticado por renunciar a uma vida confortável para viver de forma medíocre. Em outras palavras, ouve-se que ao invés do cidadão torrar tudo que ganha em tudo que há de mais moderno e cômodo, este escolhe um padrão de vida mais baixo para poder acumular dinheiro e um dia não precisar mais trabalhar, parando de desempenhar seu papel na sociedade. Uma vida medíocre, de acordo com os críticos, tanto antes como depois da tal IF.

Pois depois de ver o vídeo eu percebi que é exatamente o contrário. Quem está em busca da IF está exatamente indo contra a mediocridade, contra a média. O cara está no dia-a-dia só observando a galera se entupindo de dívidas e praticando consumo inconsciente, enquanto pensa de que forma melhor investir seu dinheiro, otimizar suas contas ou qual habilidade desenvolver para poder ganhar mais e assim poder poupar e investir mais para chegar mais rápido a seu objetivo. Não pode de forma alguma ser tachado de acomodado.

Acomodar-se seria simplesmente acompanhar a manada, repetindo seus hábitos e adotando seus pensamentos. Isso é a cultura da mediocridade. É muito confortável escolhe-la e ficar na média, acomodado. Quem diz que buscar a IF é buscar a mediocridade são os próprios medíocres, confortavelmente sentados em seu comodismo. Não estão preparados para pagar o preço para sair da média e nem querem, escolheram estar ali no conforto.

Quem busca a IF então quer algo mais, acima da média, e terá eventualmente que passar por situações impopulares por causa dessa decisão. Daí vem a conexão com o post que fiz sobre o medo de se destacar. Muitos preferirão esconder seus objetivos para não se destacarem. Eu, por exemplo. Mas existem aqueles que assumem e estes serão alvo dos medíocres de plantão.

Quero deixar claro que não perseguir IF por si só não faz uma pessoa ser medíocre. Esta pessoa pode então não ter atração pela idéia ou até mesmo não entender de dinheiro mas ser excelente em outras áreas, fazer coisas maravilhosas e ser alguém acima da média. Ninguém conseguirá ser acima da média em tudo, será portanto medíocre em algumas coisas e isso eu acho perfeitamente normal.

O problema é não reconhecer o mérito em quem está tentando sair da média, é ficar arrumando desculpa pra minimizar o esforço do outro.

E assim encerra-se o quarto ano do blog.

Desejo a todos um feliz Natal e um ano novo acima da média !

quinta-feira, 16 de julho de 2020

1 ano de vadiagem



Bem, amigos, vejam só que loucura. 1 ano de vagabundagem... Tem hora que nem eu acredito.

Nesse post vou fazer um resumão de como foi esse primeiro ano. Vocês verão que nem tudo são flores na IF, mas assim é a vida. Sempre vai ter problema pra resolver e sempre vai ter coisa boa pra curtir.

Saúde


Me sinto bem tanto física quanto psicologicamente. Exercício físico regular foi consistente nesse primeiro ano. Até aprendi a andar de bicicleta.

Meditação nada ainda. Não deu tempo.

Finanças


Tudo foi muito bem até janeiro desse ano. Depois todo mundo sabe.  Considerando tudo que aconteceu, parece que me saí bem:
  • Crescimento real do patrimônio: 3,2%
  • Despesas foram pagas com os seguintes recursos
    • Dividendos de FIIs: 23%
    • Dividendos de Ações: 5%
    • Cupons do Tesouro Direto: 1%
    • Aluguel: 30%
    • Rendas não-recorrentes: 31%
  • Os 10% restantes, não cobertos por esses recursos, resultaram numa taxa efetiva de retirada de 0,30% sobre todo o patrimônio (imóvel + investimentos)
De renda ativa nesse período tive uma diferença de rescisão, que veio em boa hora no meio da crise, e uns trocados de uma pequena consultoria que fiz. Só.

A alta do euro colocou um grande stress nas minhas despesas. Como não pretendo ficar por aqui pra sempre vou aguentar mais um pouco. Antes da crise meu nível de despesa era suportável em todos os meus cálculos. Agora não. Só pela questionável regra dos 4% eu poderia continuar aqui pra sempre. Some a isso o fator cambio e é óbvio que uma hora nem esse critério se sustenta mais.

Falando em despesas, a previsão é aumentar mais uns 20%, porque estou pagando mais de aluguel. Vinha tentando ver o quão pobre eu conseguia ser sem dar nos nervos. Vi que me dá nos nervos morar mal. Não gosto de cidade pequena e casa antiquada. Me mudei pro centro num apartamento melhor. Continuo sendo mais pobre que no Brasil: não tem piscina no prédio, não tem varanda com churrasqueira (nem varanda), só tem um banheiro e não tenho carro. Ainda foco em evitar gastos não-essenciais. Os primeiros anos são chave na IF, por isso vou levando com mão de ferro (ou de vaca).

Pessoal


Nesse primeiro ano fiz incontáveis idas ao parquinho com a minha filha, jogamos bola, ensinei-a a andar de bicicleta e vi seu primeiro dente de leite cair numa tarde enquanto tomávamos um sorvete em casa em pleno isolamento anti-COVID.

Ficar mais tempo em casa foi bom mas amplificou atritos que já existiam e gerou um desgaste no meu casamento. O fato é que temos uma vida muito boa e devemos ser gratos. Cada um tem que ver isso por si, não posso enfiar isso na cabeça de ninguém. Não sei porque é difícil entender isso. É o que sempre digo: onde não há problemas as pessoas os inventam. 

Um colega uma vez comentou numa festinha que pra ele era vital viajar a trabalho com frequencia, para manter uma certa distância da mulher e evitar brigas. Outro cara que trabalhou comigo dizia que só pegava projetos fora da sua cidade por causa da mulher. Por vários anos achei isso um absurdo e odiava viajar a trabalho. Hoje em dia eu entendo.

Mais que um prolongado crash no mercado, divórcio é o maior risco pra IF. Ninguém consegue se planejar pra isso. Só o MMM e o André Viagem Lenta conseguiram sobreviver a tal evento. As estatísticas não estão a meu favor. O risco existe.

Antes de jogar a toalha pensava que poderia fazer outra faculdade no meu tempo livre. Música, economia, alguma coisa. Não sei. Parece que todo meu tempo livre é só pra cuidar da casa e do bem estar da família. Não sei como eu tinha tempo pra ter um emprego. O lance que eu postei sobre a jarra com pedrinhas e areia é onipresente na minha vida.

Profissional


Aqui vejo que cometi um erro. Eu tinha idéia de fazer freelance de vez em quando ou montar algum negócio online depois de pedir demissão. Errado. Devia ter começado a correr atrás disso antes.

Depois de um ano sabático me sinto muito mais relaxado e acho que poderia até voltar a ter um emprego normal, com chefe, reuniões, clientes pentelhos, gerentes malucos, tarefas absurdas e tudo mais. Aguentaria fácil mais uns 2 anos nessa vida. Querer não quero, mas se rolar, eu seguro o rojão.

Passado um ano não sei ainda no que gostaria de trabalhar daqui pra frente. Música, finanças, carpintaria, vender sorvete na praia... não sei.

Estudos


Voltei a estudar guitarra com regularidade e venho evoluindo. Queria poder mexer mais com música. Ter uma banda e tocar por aí seria ótimo. Compor umas coisas e tacar na internet só por diversão. Falta o que ? Tempo. Essas coisas tomam tempo, se for pra fazer direito.

Cogitei procurar algum curso ou faculdade pra aprender música e ter um diploma. Poderia depois dar aulas. Fico pensando se não perderia o tesão, ao transformar uma paixão em obrigação. Ficar estudando um monte de livros e partituras porque o curso manda, não porque você tem interesse... Não sei se daria certo.

Quanto a cursos, no começo da pandemia fiz um curso online e foi só. Lista de coisas que quero aprender:
  • desenvolvimento web
  • produção musical
  • carpintaria
  • culinária
Leitura vinha razoavelmente bem até começar a pandemia. A rotina deu uma bagunçada. De repente todo mundo em casa e foi pro saco meu sossego, eu tendo que ajudar minha filha gastar energia já que não podia brincar na rua. 

Social


Eu vinha fazendo o possível para fazer amigos, conhecer os locais. Tinha a limitação de morar longe do centro, depender de ônibus e por isso não poder ficar no boteco até altas horas. Já estava difícil, aí num belo dia alguém na China comeu um morcego e daí alguns meses vocês já sabem o que aconteceu.

Porém digo que não estou frustrado ou surpreso. Eu já esperava. É difícil quando você chega e as panelinhas já estão todas formadas há séculos. Fora que também não sou o cara mais conversador do mundo. Só que aí se eu começo uma conversa, faço perguntas e o interlocutor se limita a respondê-las sem fazer perguntas novas, acabo desanimando.

Agora estou morando no centro da cidade, numa rua pequena e tranquila, mas bem perto das zonas turísticas, bares, lojas, cafés e tudo mais. Vamos ver !

Conclusão

Vira e mexe trombo com algum depoimento de alguém com medo de ficar entediado quando declarar FIRE, ou alguém que realmente se entediou e voltou ao trabalho. Invariavelmente são pessoas solteiras ou casais sem filhos. Comigo é completamente diferente. Eu tenho que correr todo santo dia contra o relógio pra dar tempo de fazer minhas coisas. 

Um exemplo parecido é o do blogueiro Early Retirement Now. Depois do FIRE o cara diminuiu bastante a frequencia dos posts. Vive ocupado com a família e viajando. O Root of Good tem 3 filhos e só publica uma vez por mês. Com filhos tem que ser guerreiro pra continuar blogando !

No fim das contas acho que tenho que aceitar que sempre vou querer fazer mais do que consigo. Meu cérebro é uma máquina de buscar problemas pra resolver. Tenho que parar de focar no futuro e viver o presente. Estar presente, não estar fazendo algo já pensando que logo em seguida tenho que fazer isso ou aquilo.

Sou extremamente grato por ter o privilégio de poder me lançar num sabático assim. Dos que terão a chance, poucos a abraçarão. Destes, muitos ficarão pelo caminho por vários motivos, alheios ou próprios, e só uma meia dúzia de abnegados e privilegiados vai chegar lá. E eu estou entre eles.

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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Porque não uso a regra dos 4% (e o que uso afinal)


Invariavelmente quem descobre a filosofia FIRE acaba trombando com a regra dos 4% e comigo não foi diferente. A beleza dessa regra está na sua simplicidade: pegue suas despesas anuais, multiplique por 25 e pronto, ali está seu número mágico ! Aí é só juntar essa grana e dar um pé na bunda do chefe. 

Porém lendo e relendo eu cheguei a conclusão que pra mim essa regra é só uma estimativa, e pouco precisa. 

Veja abaixo porque eu não adoto a regra dos 4%. 


Não invisto nos EUA majoritariamente

Tanto o estudo original do William Bengen quanto o Trinity Study pegaram como base o mercado americano, com dados de várias décadas num país que vem superando crises e crescendo nos últimos 100 anos.

É uma realidade muito diferente da nossa. Desconheço estudos semelhantes para o Brasil, um país cuja economia só se estabilizou nos últimos 25 anos - período muito curto para um estudo assim. Olhando para os EUA, por exemplo, temos 60 períodos de 30 anos entre 1926 e 2014. Estes começam todos os anos, de 1926 até 1985. Já quanto ao Brasil, somente daqui 5 anos teremos o primeiro e único período de 30 anos, de 1995 a 2024... não é possível simular o desempenho de uma carteira em um único cenário e tirar conclusões.

Até mesmo para outros países desenvolvidos é difícil e até mesmo não se recomenda aplicar a regra dos 4%. Veja em detalhe neste artigo.

30 anos de aposentadoria é muito pouco 

Pra uma aposentadoria tradicional aos 65 anos, 30 anos é bem razoável. Já pra quem quer parar aos 40, estamos falando de uns 55-60 anos de horizonte. É provável que se o portfolio durar 30 anos que ele dure 40, mas qual a probabilidade ?

Rentabilidades passadas

A rentabilidade dos bonds era altíssima nos anos 60 e 70. Muito fácil manter uma taxa de retirada a 4% quando o título do governo americano pagava 8%.

Pra quem quiser se aprofundar eu indico o blog "Early Retirement Now", onde o cidadão publicou tantos artigos de qualidade sobre taxa segura de retirada que honestamente não sei porque ainda se fala do Bengen e do Trinity Study. Entendo que foram contribuições importantes mas agora estão ultrapassadas. Veja o post abaixo - as 10 coisas que os criadores da regra dos 4% não querem que você saiba:

10 things the makers of the 4% rule don't want you to know


Despesas variáveis

A regra dos 4% é simples porque você usa suas despesas atuais somente. Porém durante os 50-60 anos de uma aposentadoria precoce muita coisa vai acontecer. 

Posso falar por mim. Vou educar outro ser humano nos próximos 15 anos, passando por todas as fases - infância, adolescência, faculdade - e custos que vão variar bastante, atingindo o pico na época da faculdade.

Depois eu vou estar mais velho, com mais tempo livre mas sem paciência pra aturar viagens tipo mochilão, hotéis baratos e camelagens em geral. Vou querer conforto e terei que pagar mais caro. Por outro lado já terei criado minha filha e não terei mais despesas com ela.

No final vou estar torrando uma grana com remédios e médico, pra no fim das contas ir morar numa casa de repouso, que também não é barato.

Todas essas fases são difíceis de modelar na regra dos 4%, pois ela te diz um valor fixo de retirada que você vai corrigindo pela inflação. Se você fizer a conta usando como base a fase com mais despesas, vai acumular muito mais dinheiro que precisa, correndo o risco de nem sequer chegar lá.

Regra genérica, não pessoal

Vejo o valor da regra dos 4% como uma estimativa simples e genérica do número mágico. É uma regra geral, que não deveria ser cegamente aplicada no plano individual. Se você realmente está disposto a puxar o gatilho acho que ela não dá segurança suficiente. Tem que fazer contas mais complexas.


Se você está começando a jornada rumo a IF ou está ainda longe de chegar lá, acho que pode considerar a regra dos 4% apoiada por diversas planilhas na internet que fornecem uma estimativa do "número mágico". No entanto, se você vê que está chegando perto e faltam cerca de 3 anos é melhor mudar para uma planilha personalizada.

Foi o que eu fiz.

O que eu uso então ?

Como na época não encontrei nenhum template ou site por aí, desenvolvi uma planilha onde eu planejo todas minhas despesas nos próximos 50 anos. Ela corrige tudo pela inflação estimada ano a ano, soma e me dá o número mágico. Clique aqui pra mais detalhes.

É a mesma idéia da planilha do blog Viagem Lenta, também trabalhada nos blog gringos Early Retirement Now e Retirement Manifesto. Em todas você informa despesas e receitas. A minha retorna quanto precisa ter em carteira pra cobrir todas as despesas e morrer zerado. Na do ERN adicionalmente você informa o valor da sua carteira e um valor para deixar de herança, e ela retorna quanto você pode sacar por mês e ano. Nas do Viagem Lenta e Retirement Manifesto você informa o valor dos seus investimentos e uma taxa de rentabilidade, daí vai brincando com os números até que o valor final do patrimônio seja maior que zero.

Eu teria usado a planilha do Viagem Lenta ou do Retirement Manifesto se soubesse que elas existiam (a do ERN é recente), e provavelmente teria mexido pra ficar do meu jeito - taxas ano a ano ao invés de constantes.

Com o número dessa planilha, eu preencho uma outra onde eu distribuo o valor para diversos tipos de ativos e suas taxas de retirada e yield correspondentes. Baseado nas despesas ali informadas, ela me diz qual seria o valor de cada ativo para obedecer à minha alocação de ativos. Eu sei então quanto devo ter em renda fixa, FIIs, dólar, reserva do dia-a-dia, etc para cobrir as despesas e posso assim planejar novos aportes ou rebalanceamento. Ela também calcula quanto de dividendos ou juros cada tipo de ativo pode gerar. Tem que testar mudando a alocação pra ver se chega na renda almejada.

Em resumo, pra declarar IF eu passei por estas fases:

1 - regra dos 4%
2 - planilha de planejamento de aposentadoria, ano a ano
3 - planilha de alocação de ativos e renda passiva

No início do ano refiz os cálculos dos passos 2 e 3. A taxa mínima que preciso ao ano estava em 3,5% (juros reais) em 2019, caindo agora em 2020 pra 3,03%. Vou chamar esta taxa de TNRP - Taxa Necessária para Remuneração do Patrimônio. É a mesma taxa apresentada pelo Viagem Lenta. A redução da taxa em geral é boa, só é preciso ter em mente que foram calculadas com orçamentos e cenários econômicos diferentes. A vida vai mudando e isso se reflete na TNRP. Ela é flexível.

Uma outra alternativa à regra dos 4% é você não se preocupar com o valor do patrimônio, e sim se a renda passiva que ele gera atingiu o valor que você quer. Você investe em ações de dividendos, FIIs, imóveis físicos pra aluguel e títulos que paguem juros de tempos em tempos. Esta idéia é usada por exemplo pelos blogueiros Sr. IF365 e Viver de Dividendos, além do youtuber Viver de Kitnet. Olhando a planilha do passo 3 dá pra ver que uso um pouco disso. A minha idéia é usar os dividendos para cobrir uma parte das minhas despesas e assim diminuir o valor necessário na reserva do dia-a-dia e a taxa de retirada. É o conceito de Yield Shield apresentado no blog Millenial Revolution.

Obrigado por ler até aqui, espero ter te agregado algo ! Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, deixe seu comentário.

Se você quer se aprofundar no porquê da regra dos 4% não servir pra muita coisa, recomendo este post do blogueiro italiano Retire In Progress. Nele tem links pra uma infinidade de artigos e muita informação. Um dos melhores posts da blogosfera FIRE internacional !

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Vida de vagabundo: 200 e tantos dias sabáticos


Queridos fans da blogosfera de finanças (ou firesfera), 100 e tantos dias depois do último relato tá na hora de olhar pra trás e ver que diabos eu estou fazendo da vida afinal.

Acho que nada ilustra melhor esses últimos meses que a história mostrada no vídeo abaixo. Pra entender o que se passa e o conteúdo deste post, assista.



A jarra da vida continua cheia pra mim. Retirei uma bolinha - trabalho assalariado em tempo integral - mas coloquei outras: cuidar da família, fazer exercícios e estudar. Música e finanças continuam sendo somente pedrinhas, que eu tive que colocar na jarra depois das bolinhas, senão nao cabia. O blog especificamente tá mais pra areia. 

Isso explica porque minha intenção original de postar com mais frequência foi pro saco, assim como ler um livro por mês e fazer meditação. Pedrinhas, areia e cerveja que um dia eu gostaria de colocar na minha jarra:

  • cursos de desenvolvimento web, carpintaria
  • montar ou entrar numa banda
  • aprender a fazer pães e bolos
  • explorar fontes de renda passiva ou semi-passiva via internet
  • por a leitura em dia
  • meditação
Infelizmente o dia continua tendo apenas 24 horas.  Depois da independência financeira eu queria que alguém inventasse a independência temporal. :)

Tipicamente meus dias são assim:
  • Manhã: levar minha filha na escolha é a única obrigação. Depois vem cerca de uma hora de exercícios, uma hora de música e/ou uma hora cuidando da casa (limpeza, compras, consertos, arrumação, etc). Nem sempre rola fazer todos. As bolinhas tem prioridade.

  • Tarde: curso de idiomas ou levar filha pra atividades extra-escolares, depois cuidar  dela enquanto a patroa vai fazer seus cursos. Só bolinha nessa parte. Encaixo umas pedrinhas conforme dá.

  • Noite: Depois do jantar, ver algo no Amazon Prime Video ou mexer com música, as finanças da casa ou tentar ler um pouco. Qualquer coisa que eu não tenha conseguido fazer durante o dia e que eu me sinta mais motivado.

  • Nos fins de semana pelo menos um dia saio pra correr e o resto acaba sendo mais família - passeios, compras, ver filmes, etc... Nas brechas coloco umas pedrinhas e grãos de areia: música, estudar finanças, blogar, pesquisar assuntos de meu interesse, etc... bom, acho que aí tá mais pra cerveja :-)  

E assim enchi minha jarra. 



É raro eu pegar meia hora pra não fazer nada. Deitar no sofá sozinho com meus pensamentos. Como é bom (e necessário) se desligar, se desconectar do mundo... às vezes estou no processo de me desligar quando lembro que esqueci de fazer algo de alguma das minhas "to-do lists", ou que tem aquela conta pra vencer, ou a patroa chega em casa e o cérebro já liga de novo.


A gente aqui em casa já brinca falando que eu quero arrumar um trabalho pra poder descansar. Querer eu quero, já explico o porquê. Só que agora trabalho é uma parte que eu prefiro que seja uma pedrinha e não uma bolinha. Trabalho em tempo integral e por tempo indeterminado se depender de mim não faço mais. Freelances e projetos temporários são pedrinhas que eu consigo encaixar na jarra. 

Tenho sido contactado por headhunters pelo menos uma vez por mês e já cheguei até perto de fechar algo mas por enquanto nada. Gostaria de faturar algo nesses primeiros anos fora da corrida dos ratos, pois ainda conservo fresca na memória minha experiência em TI, o que me renderia uns trocados a mais. Passados alguns anos estarei obsoleto e totalmente fora do mercado, tendo que me contentar com trabalhos que pagam menos - professor de inglês, motorista de Uber, sei lá. Por isso o foco em achar algo logo nos primeiros anos.

Fica claro que não me considero aposentado, continuo num sabático por tempo indeterminado. Acho difícil que eu nunca mais tenha um emprego. Uma hora aparece algo mais tranquilo, pra tirar uns trocados antes de mais um sabático.

Financeiramente falando, entro 2020 com a seguinte alocação:

Ativo Alocação Alvo Real
Tesouro Direto 23% 22%
LC*, CDB (incl FGTS) 20% 22%
Debêntures/CP 5% 6%
Ações 6% 6%
FIIs 12% 12%
EUR 8% 7%
USD 6% 5%
Ouro 4% 3%
Fundos MM 16% 18%

Renda fixa - 44%
Renda variável - 29%
Multimercado - 27%

Todos percentuais muito próximos do alvo que eu estabeleci, então nada de rebalanceamento por enquanto.

Em cima disso ainda tenho Tesouro SELIC e Fundo DI o suficiente para cobrir 2 anos de despesas caso todos os dividendos cessem hoje; 4 anos se continuarem no ritmo atual. Fora algo em previdência privada.

200 e tantos dias depois, a carteira continua intacta, tendo conseguido até um aumento real:

MêsTaxa de retiradaRend. líquido
Jul0,22% -0,03%
Ago0,18% 0,79%
Set0,16% 1,17%
Out0,15% 1,32%
Nov0,05% -0,05%
Dez0,21% 0,36%
TOTAL0,98%3,56%

Lembrando que essa taxa de retirada é a diferença entre as despesas e os dividendos, estimada em no máximo 0,27% ao mês ou 3,2% ao ano.

Parece que em julho e novembro acabei retirando mais do que rendeu. Na prática isso ocorreu somente em julho, um mês com gastos atípicos por causa da mudança e onde eu ainda não tinha renda de aluguel. Em novembro a renda do aluguel ajudou a cobrir todos os gastos e ainda sobraram alguns trocados. No geral os 6 primeiros meses terminaram com um saldo positivo - gastei bem menos do que a carteira rendeu.

E que venham os próximos 200 dias !