Já se foram dois anos de vagabundagem, vivendo do vento e de renda passiva.
Não tenho dúvida de que foi uma das melhores decisões que tomei.
Nem tudo foram flores mas no final o saldo é bastante positivo.
Finanças
Vamos aos números finais da brincadeira:
- Crescimento real do patrimônio: 1,6%
- Despesas foram pagas com os seguintes recursos
- Dividendos de FIIs: 26,8%
- Dividendos de Ações: 4,8%
- Cupons do Tesouro Direto: 1,7%
- Aluguel: 31,2%
- Rendas não-recorrentes: 14%
- Os 21,5% restantes, não cobertos por esses recursos, resultaram em taxas efetivas de retirada de 0,30% no primeiro ano e 0,73% no segundo, sobre todo o patrimônio (imóvel + investimentos)
De renda ativa nesse período tive uma diferença de rescisão e uns trocados de uma pequena consultoria que fiz. Só.
Apesar de ter se mantido baixa a taxa efetiva de retirada mais que dobrou de um ano pro outro. Rentabilidade menor e despesas maiores dá nisso.
Saúde
Me exercitei consistentemente e até aprendi a andar de bicicleta. Só não evoluí a ponto de correr uma boa distância por causa da maldita pandemia. Ganhei alguns quilinhos. Não dá pra ficar treinando de máscara, sinto muito. Fiquei só nas caminhadas mesmo, que continuam sendo um dos meus momentos preferidos. É um momento MEU. Eu sozinho batendo perna, ouvindo meus podcasts e pensando na vida.
Pretendo continuar de alguma forma. Acho que vou tentar voltar do trabalho andando e nos fins de semana ir pra uma caminhada mais extendida.
Por fim tomei há poucos dias a primeira dose da vacina anti-corona.
Pessoal
Foram incontáveis momentos com a minha filha que acredito terem criado um forte laço. Levando no parquinho, indo pra escola ou alguma atividade extra-curricular, fui parte do seu dia-a-dia. Teria perdido muita coisa se estivesse num emprego em tempo integral.
Grande parte do meu tempo foi cuidar da casa e do bem estar da família. O lance que eu postei sobre a jarra com pedrinhas e areia foi uma constante.
The best of the best
Os
primeiros 100 dias foram bem estressantes. Depois de tudo resolvido iniciou-se uma rotina. Houve um período mágico, de outubro/2019 até fevereiro/2020, onde a carteira cresceu, eu estudei música, finanças, caminhei, corri e viajei livremente. Depois continuei sim fazendo minhas coisinhas, mas com tanta restrição já não era a mesma coisa.
Ficam memórias muito legais. Os momentos mais simples foram os meus preferidos:
- levar minha filha à tarde pra atividades extraescolares, depois dar banho, lanche, brincar, jantar e por pra dormir
- as manhãs na biblioteca mexendo em planilhas e resolvendo umas burocracias; depois sentar no banco de uma praça pra comer um sanduíche e em seguida fazer uma longa caminhada pela cidade
- aprender a andar de bicicleta, poucos dias antes de sermos confinados
- ensinar minha filha a andar de bicicleta
- testemunhar a queda de seu primeiro dente de leite enquanto tomávamos café da tarde durante o primeiro confinamento
Curiosamente, quase tudo foi antes da pandemia.
Cagadas
Meu maior erro foi não ter alinhado uns frilas antes de chutar o balde. Não me preparei, não procurei como funcionava, não corri atrás. O mesmo para negócios on-line. Fiquei só observando, não consegui por nada em prática. Era pra ter algo mais concreto em mente.
Minha vida social foi um fracasso. Fiz alguns poucos amigos num curso e quando me mudei pro centro da cidade, onde está o movimento, o governo começou a obrigar uso de máscara, distancia social, mandou fechar bares e comércio mais cedo, acabando ou restringindo minhas possibilidades de socialização. Alguns bares promoviam encontros de estrangeiros, músicos amadores e intercambio de idiomas. Por vários meses não rolou nada.
Os músicos da cidade penduraram a chuteira e ninguém mais procurou ninguém pra montar nenhuma banda ou projeto porque as casas noturnas foram todas fechadas. Também houve um período em que ficamos confinados na própria cidade, impedindo de você por exemplo ir ensaiar com alguém na cidade vizinha.
Agora vou pra outra cidade
trabalhar e vamos ver o que acontece, se no escritório a galera é gente fina e se os músicos locais se animam a fazer alguma coisa apesar das restrições. Decidi não fazer mais nenhum curso presencial enquanto perdure essa peste e a obrigação de usar máscara. Se comunicar numa língua estrangeira com máscara é um martírio que prefiro evitar.
Ficou pra próxima
Fica a lista de coisas pra fazer ou aprender no próximo sabático:
desenvolvimento web
produção musical
carpintaria
culinária
cultivar uma horta
Livros: estava mais ou menos até começar a pandemia, daí bagunçou toda minha agenda. Depois inventei de fazer uns cursos pra me reciclar e assim arrumar mais fácil algum frila, enterrando de vez o projeto
Conclusão
Uma das melhores coisas que já fiz. Acho que tem coisas que aprendi que nem me dei conta ainda. A vida é uma só, a gente tem que se arriscar de vez em quando. Qual o pior que poderia ter acontecido ? Ter gastado todo o dinheiro ? Trabalho e ganho mais, oras.
Problemas sempre existirão, IF não é o remédio para todos os males.
Esperar o alinhamento de todos os astros pra fazer uma grande mudança é utopia. Sempre vai ter algo pra atrapalhar. No fim você tem que ir na fé mesmo. Feito é melhor que perfeito.
Posts relacionados: